sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Ventos fortes aumentam o risco de doenças respiratórias

Com a temporada de ventos chega também uma série de alergias e doenças respiratórias. Médicos alertam que cuidados devem ser redobrados
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FOTO: DEIVYSON TEIXEIRA
Ana Quécia, 19, levou o filho Álvaro, de seis meses, a um centro de saúde para tratar um resfriado

O pequeno Álvaro Rodrigues, de seis meses, impacientava-se no colo da mãe, a dona de casa Ana Quécia, 19, enquanto recebia o aerossol. O menino, atendido no Centro de Atendimento à Criança Lúcia de Fátima, recebia o tratamento para o primeiro resfriado. De nariz escorrendo, tosse seca e febre, Álvaro foi vítima da temporada dos ventos. “O vento forte traz a poeira para dentro de casa, daí o menino ficou assim”, comenta a mãe.

Como Álvaro, outras pessoas, principalmente crianças, adolescentes e idosos, segundo a médica Adriana Paula Matos, do Programa Saúde da Família, sofrem, nesta época do ano, com enfermidades que atingem as vias respiratórias. “Os ventos e as mudanças climáticas - a temperatura fica mais amena - fazem com que os atendimentos aumentem cerca de 15%”, estima a médica. Ela explica que, por conta dos ventos, vírus, poeira, pólen de flores circulam mais e, assim, acometem mais pessoas.

O estudante João Pedro Barros, 11, já apresenta um histórico de doenças respiratórias. Os sintomas dos resfriados, que às vezes evoluem para uma pneumonia, acompanham o menino e, para a mãe, a empresária Danielle Barro de Lima, 35, a preocupação aumenta ainda mais quando chega agosto. “A ventania chega e eu já sei logo. E quando ele está assim nem mando pra escola, pode piorar, e já procuro o médico”, explica a empresária.

A médica pneumologista, integrante do Conselho Consultivo da Global Initiative in Asthma, Márcia Alcantara explica que, para os alérgicos, o período é ainda pior. “Alérgicos são bem mais susceptíveis, porque o estímulo do vento abrupto e frio estimula a resposta das vias aéreas, provocando reações como rinite, tosse persistente e até crises de asma”.

A pneumologista explica que essas doenças são portas de entrada no sistema imunológico para infecções mais sérias e que, por isso, o vento, tão bem-vindo para diminuir o calor, deve ser evitado sempre que possível. “Os resfriados também levam, às vezes, à instalação de pneumonias. Exacerbam-se com frequência as bronquites crônicas”, avalia. Para a médica Adriana, alguns cuidados são imprescindíveis. “Não dá pra parar o vento. Mas se pode evitar espaços com aglomeração de pessoas, tomar bastante líquido, e fortalecer o organismo com boa alimentação, rica em vitamina C”, enumera a médica.

Ventos
De acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), por meio de sua assessoria, os ventos ainda serão intensificados até chegar ao pico em setembro, podendo atingir 50km/h. Até dezembro, as médias de velocidade permanecem elevadas. As causas, segundo o órgão, são “um deslocamento do Sistema de Alta Pressão Atmosférica do Atlântico Sul, típico dessa época do ano”. Nesse período, as temperaturas - que podiam passar dos 32°C em maio e junho - também se tornam “mais agradáveis” e ficam entre 29°C e 30°C.

Dicas 

PARA PREVENIR
1. Ao invés de varrer a casa e espalhar a poeira, a indicação é passar um pano molhado. Ao passar a vassoura, a poeira é espalhada;

2. Não usar produtos com cheiro muito ativo. Desinfetantes e detergentes com cheiro fortes são mais fáceis de provocar alergia;

3. Evitar bichinhos e outros objetos de pelúcia;

4. Investir nos alimentos ricos em vitamina C, como caju, laranja e acerola, que aumentam a imunidade do organismo;

5. Beber bastante água;

6. Evitar ficar em ambientes fechados junto com indivíduos gripados ou resfriados, ou mesmo em espaços com aglomerações de pessoas;

7. Evitar ficar molhado após banhos de piscinas ou mar;

8. Evitar dormir com corrente de ar direto sobre o corpo. 
 

PARA REMEDIAR
1. Com as crianças, depois de acometidas é preciso evitar o contato nos primeiros dias com outras crianças

2. Procurar atendimento médico

3. Repouso

4. Boa alimentação e hidratação

5. Em caso de piora, tomar antibiótico prescrito

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